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Como a Sobriedade Transformou Minha Relação Com o Tédio

O tédio costumava parecer perigoso—um gatilho do qual eu precisava escapar imediatamente, geralmente bebendo. Após ficar sóbrio, descobri que o tédio se tornou uma emoção normal, até mesmo pacífica. Veja como a sobriedade transformou completamente minha relação com momentos tranquilos.

O Tédio Como Gatilho

Quando eu bebia, o tédio era assustador. Era o vazio que precisava ser preenchido. "Não tenho nada para fazer" era automaticamente seguido de "então vou beber".

O álcool se tornou minha resposta padrão para qualquer momento vazio. Sexta à noite sem planos? Beber. Tarde de domingo sem compromissos? Beber. Qualquer momento de silêncio e ausência de estímulo? Beber.

Os Primeiros Dias Sóbrios

No início da sobriedade, o tédio era intenso. Eu não sabia o que fazer comigo mesmo. Os momentos vazios pareciam se estender infinitamente, e eu ficava inquieto, ansioso, procurando algo—qualquer coisa—para preencher o vazio.

Mas algo interessante aconteceu quando parei de correr do tédio: ele deixou de ser tão assustador.

A Transformação

Com o tempo, descobri que o tédio não é uma emergência. É apenas... uma sensação. Uma sensação neutra que não exige ação imediata. Posso sentar com ela. Posso deixá-la passar.

E mais do que isso: descobri que muitos dos meus "momentos entediantes" não eram realmente tédio. Eram momentos de quietude, de descanso, de simplesmente existir sem precisar estar fazendo algo.

O Que o Tédio Se Tornou

Agora, quando me sinto entediado, várias coisas podem acontecer:

  • Eu simplesmente fico sentado e deixo a sensação passar
  • Eu uso o momento para refletir ou meditar
  • Eu encontro algo genuinamente interessante para fazer
  • Eu descanso—porque às vezes "tédio" é só cansaço disfarçado

O que não acontece mais: pânico. A necessidade urgente de escapar. O reflexo automático de beber.

Paz Nos Momentos Vazios

Uma das surpresas da sobriedade foi descobrir que momentos vazios podem ser pacíficos. Sentar no sofá sem fazer nada não precisa ser desconfortável. Pode ser apenas... calmo.

Aprendi a apreciar o silêncio. Aprendi que nem todo momento precisa ser preenchido com atividade ou substância. Aprendi que o tédio é uma parte normal da vida, não um inimigo a ser combatido.

"O tédio deixou de ser um gatilho e se tornou apenas mais uma sensação passageira."

Se você está nos primeiros dias de sobriedade lutando com o tédio, saiba que isso muda. O desconforto diminui. Os momentos vazios se tornam mais fáceis. E eventualmente, você pode até aprender a apreciá-los.

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